segunda-feira, 13 de outubro de 2008

O Verdadeiro Respeito



As grande mudanças do mundo acontecem em pequenos passos.

Parece que isso é a mais pura verdade. As pessoas não admitem as mudanças com facilidade, e toda mudança requer uma nova organização logo, despendimento de energia psíquica. Será que isso justifica impedirmos ou tentarmos impedir as mudanças?

Uma história que aconteceu esse fim de semana, mais exatamente no domingo, dia da Parada do Orgulho Gay de Copacabana, me deixou muito perplexo. Estavam distribuindo corações de papel, com fundo de arco-íris e uma mensagem que dizia “Sem preconceito”. No verso desse panfleto tinha uma mensagem que continha como idéia central sobre ser possível deixar de ser gay.

Será que não se pode ter o mínimo de respeito sobre o que se é no dia e no evento sobre ter orgulho do que se é? Será que mesmo que as pessoas nunca vão respeitar de verdade aquilo que os outros podem ter de diferente delas? “Sem preconceito”, porém “Deixe de ser gay”. Depois de ver isso, é bem capaz de que ainda existam muitas pessoas que pensem q ser gay é uma opção, quando na verdade é um jeito de ser. Você escolheu gostar do seu prato preferido, gostou? Você simplesmente gosta dele. Assim é com a sexualidade, na minha opinião. Certo ou errado? Quem somos nós para julgar? Parece que nos falta muito para respeitar o próximo de verdade. Sendo mais específico Respeito, ou seja, deixar cada um ser livre para viver como quiser sem agredir ninguém com isso, sem tentar converter ninguém a nada, sem ofender ninguém, cuidando da própria vida e olhando o que se tem para resolver dentro de si. Talvez o problema não esteja em quem é gay, mas em quem não Respeita quem é gay.

Para completar minha perplexidade, mais uma história. Dessa vez, um homem, com uma bíblia na mão entra em um ônibus recém saído da mesma Parada do Orgulho Gay, entregou um panfleto também – porém não sei o que continha – e começou a pregar com um discurso sobre Deus e Jesus Cristo amarem todos os seres humanos sem distinção inclusive de religião, mas ao distribuir os panfletos ele dizia “Só Jesus salva”. Parece incoerente para você também? Não satisfeito todo seu discurso sobre o “amor incondicional” daquele Deus em nome de Quem ele pregava terminou sua pregação dizendo “se preparem porquê Jesus vai voltar”. Pareceu pressão psicológica para você também? Pois é, que Deus é esse de Quem ele fala que diz que Ele ama a todos, mas so Jesus salva? Onde entram os Budistas, Islâmicos, Umbandistas, Judeus... Parece que o desrespeito foi além da sexualidade dessa vez e chegou ao ponto da fé.

Será que é assim tão complicado deixar os outros viverem aquilo que os faz bem, já que não fazem mal a ninguém? É tão importante sermos todos heterossexuais ou de mesma religião para o mundo ser um lugar melhor? Ou será que uma simples e verdadeira dose de Respeito (O verdadeiro) resolveria os problemas de um mundo egoísta como o nosso?

Falta muito para essa mudança acontecer, infelizmente, mas a cada dia damos mais um passo nessa direção e assim é um passo a menos para chegarmos.

Queria terminar com uma frase do Gabriel, O Pensador:

“Muda, que quando a gente muda o mundo muda com a gente.
A gente muda o mundo na mudança da mente.
E quando a gente muda a gente anda pra frente”
Gabriel, O pensador – Palavras Repetidas

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Inversão de Valores...



Estamos na geração ciência. Tudo o que existe se torna questionável até que uma explicação científica apareça. Não nos satisfazemos em não saber alguma coisa ou não classifica-la. Por que será que temos essa sede desenfreada em desvendar todos os mistérios e partes do mundo que não entendemos? E não é pelo simples fato de conhecer aquela “coisa” q não entendemos, é pela necessidade de entender, classificar e conhecer tudo.


Eu estava em uma das minhas aulas – talvez uma das que eu mais goste e quem sabe, por isso, seja aquela em que mais aprendo – quando em algum momento um aluno questionou o professor a atitude de um suposto filósofo em uma suposta cidade ideal. O professor falava sobre a dívida de desse filósofo depois de ter alcançado o Mundo das Idéia, proposto por Platão. O jeito de retribuir essa dívida, partindo do ponto que a cidade deu os subsídios para ele alcançar o Bem, era voltar para a cidade e transmitir tudo o que pode vislumbrar o mundo das idéia e assim reorganizar o mundo das Coisas de uma maneira melhor. O aluno questionou o professor o que aconteceria se o filósofo não quisesse realizar esse feito. O argumento do professor foi que por ter vislumbrado o mundo das Idéias e poder entender as Idéias, como a de Justiça, ela o faria mesmo que fosse contra a sua vontade pois saberia que seria justo o compartilhar de sua experiência, e assim o faria. O aluno continuou a não entender e insistiu em mais algumas explicações. Chegou até o momento em que ele questionou “Mas o que ele iria ganhar com isso, o que ele ia ganhar em troca?”. Nesse momento eu fiquei um tanto triste porquê percebi que ele não tinha percebido o valor que tinha a sociedade ajudar o homem a alcançar o mundo das Idéias de Platão, ou seja, o simples ato de refletir e se permitir ver as essências das Idéias – justiça, amor, coragem, modéstia, honestidade, honra, entre outras. O que ele ia ganhar em troca? Será que tudo o que podemos ver como ganho são coisas palpáveis? Só coisas matérias em nossas relações sociais, trocas de todos os tipos? Será que estamos reduzidos à seres interesseiros? Outra questão: será que perdemos os verdadeiros valores da vida? Será que aprender, ganhar o dom da reflexão e assim poder transformar nossas vidas e mundo? Isso seria pouco ou até mesmo nada?


O desfecho da aula foi um apelo do professor dizendo que ele gostaria de continuar acreditando que não estamos reduzidos a esse modo pobre de viver e ver a vida. Que nós lembrássemos de valores como honra, respeito, desapego, bondade, justiça e nos utilizando da Filosofia para refletirmos sobre a vida e o mundo.


Apesar de tudo, eu vi um lado positivo dessa situação toda: parece que existem mais pessoas por ai que pensam como eu. Meu professor foi o exemplo da vez. Eu concordo plenamente com ele e também continuo acreditando nas pessoas. Acredito que por ver pessoas como ele, que pensam parecido comigo, é que eu ainda tenho esperança de tudo mudar e melhorar.

domingo, 14 de setembro de 2008

Para Sakura Kinomoto

“Ai amigo, eu te amo. Você ta sempre comigo nas minhas frias. Nunca teria graça sem você. Obrigado por estar comigo.”


Obrigado você, por me dizer aquilo que eu queria e precisava ouvir na hora certa sem que eu tenha dito. Isso que você me disse foi um presente divino assim como a sua amizade pois no meio de um mundo tão hostil que não compreende minhas razão nem minhas visões eu sempre vejo em você um ponto forte e seguro que apesar de usar a verdade não me machuca com ela e mesmo estando errado eu sei que você vai estar lá para me ajudar a consertar meus erros ou tentar de novo. Quando você me disse que tem muito orgulho de mim pela minha coragem de fazer aquilo que eu mais tinha medo, você me ensinou mais uma coisa: enfrentar meus medos. Quando me disse que sou fabuloso sendo eu mesmo me lembrou tudo de bom que eu esqueço que sou. Quando me abraça com carinho vejo a aceitação incondicional que você tem a mim. Quando ninguém mais entende meus motivos loucos de fazer o que faço e pensar como penso sei que em você eu tenho alguém que talvez não saiba o real motivo de eu ser assim, mas que ainda sim me admira por ser tão diferente e autêntico. Quando eu me esqueço que estou nesse planeta lidando com pessoas que as vezes se esquecem dos outros e são egoístas de mais, você é uma das pessoas que cuida de mim e tenta me trazer para o chão. Quando estou tentando esquecer das coisas que me deixam triste, você me lembra que eu também preciso chorar. Quando me sinto sozinho nesse mundo de guerras, insanidades, violências, raivas, medos e egoísmos vejo em você alguém que tem o coração tão mole quanto o meu. Quando choro, é a voz suave que me diz parar não chorar porquê vai acabar chorando também. Quando sorrio, sorri comigo. Quando te vejo sorrir você me permite ser feliz e acreditar que o mundo só precisa de um pouco mais disso. Quando todo mundo já desistiu, você ainda está lá sentada, esperando, assim como eu faria. Quando eu repito meus erros fica triste, mas me ouve e continua tentando me ajudar a acertar. Quando eu era ostra, me vez abrir e achou em mim minhas pérolas. Quando tenho vergonha de mim, você diz que de mim tem orgulho. Quando eu menos espero, você diz que me ama...


Eu te devo tanto...mas só posso pagar isso com a minha felicidade e a dividindo com você, porquê o dinheiro já mais vai pagar o valor que você tem na minha vida.


Eu te amo.



Essa é uma homenagem para alguém que me permite ser quem sou e me estimula, dia após dia, continuar sendo e também lutando pelo que acredito. Esse anjo não seria não seria tão forte sem você...


Obrigado, de coração.


domingo, 7 de setembro de 2008

Don't Let Me Get Me

Don't Let Me Get Me (pink)

I'm a hazard to myself
Don't let me get me
I'm my own worst enemy
It's bad when you annoy yourself
So irritating
Don't wanna be my friend no more
I wanna be somebody else



Eu sou um perigo pra mim
Não quero ser eu mesma
Eu sou o meu pior inimigo
É ruim quando você irrita a si mesmo,
Tão irritante!
Não quero mais ser minha amiga
Eu quero ser qualquer outra pessoa
EU ME ODEIO.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Ter você...


Ter você


Numa busca descuidada

Você me encontrou sem querer.

Numa troca de olhares

Vi uma noite estrelada.

Num beijo muito esperado

Viajei e respirei outros ares.

Num momento de carinho

Senti que não estava sozinho.


Sua beleza me hipnotizou.

Seu jeito me encantou.

Ouvir você falar era como

Entrar no seu mundo,

Conhecer seu profundo.


Sequei suas lágrimas

E delas refiz seu riso.

Nele encontrei um recanto

Perdido no oceano.

O seu sorriso

Me deixou perdido

Nesse lugar lindo

E acabei saindo

Pedindo

Pra ficar lá contigo.


Merecer seu coração

É uma responsabilidade.

Fazer você feliz

Tem que ser prioridade.

Ter você, não sei, me parece

Uma possibilidade.

Você gosta de

Sinceridade.


Ter você...seria minha

Felicidade.


Rio, 19/08/08

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Minha dor e minha Recompensa

Minha dor e minha Recompensa

Não venha me dizer

Que o sinto é besteira

Pois minha dor pode ser

Besteira para você.


Não meça meus sentimentos

Você não gostaria que

Eu medisse os seus.

Tudo é simples pelos olhos

Que podem ver a dor.

Não tão simples pelos olhos

Que não a podem ver.

Dores que acontecem em momentos

Mas doem o tempo que for.


Sou ciente do que escolho

Nada escapa do meu olho.

Sei onde piso, ando... e sei

O que está pensando:

Não, eu não prefiro sofrer.

Prefiro o certo a se fazer.


Louco? Talvez. Quem sabe?

Talvez eu faça o que você não pode,

Não quer, nem teria coragem...

Por isso não me entende e nem pode.

Não ajo como os outros agem

Porquê busco o que ninguém quer.

Sofro pelo que ninguém quer.


Minha dor tem motivos

Fortes e verdadeiros.

Condizem com os meus uivos.


Uma coisa ninguém pode negar:

Eu sei ser feliz assim.

Talvez eu viva para a felicidade

Dos outros e assim ser feliz.

Pelo menos, minha dor me recompensa...

E a sua?

Rio, 18/08/08

sábado, 16 de agosto de 2008

“O mundo dá voltas...” mas...

“O mundo dá voltas...”

Essa semana eu ouvi isso. Dias depois me peguei refletindo sobre isso. De fato, o mundo dá voltas. As coisas mudam de perspectiva, o tempo passa e não é o mesmo, as situações mudam, o que se passou não muda, estejamos nós arrependidos ou não... mas será que tudo é diferente?

Ontem foi um dia quente, fez sol. Até mesmo a noite foi quente. Hoje, isso se repetiu. Mas será que isso quer dizer que amanhã será igual ao ontem ou ao hoje? Mas uma certeza nós temos: o sol sempre vai nascer no leste. O mundo deu voltas alguma coisa não mudou, afinal. Bobagem? Óbvio? Talvez nesse assunto geográfico. Mudemos então de enfoque.

Pense na sua vida como o planeta Terra. Ela já deu várias voltas, com certeza. Mas será que tudo mudou? Seu sol nasceu em outra direção? Quantas vezes nós repetimos certas coisas? Erros, atitudes, acertos, certezas, dúvidas, pensamentos, sentimentos...

Quantas vezes você não aceitou seus erros e os ficou justificando com um monte de outras coisas que, apesar de terem até alguma influência, não justificam ainda? Quantas vezes você se negou a aceitar uma situação que era inevitável e por isso não teve tempo de se preparar para ela ao invés de desacreditar dela piamente? Quantas vezes você viveu uma situação sem sequer se prevenir mesmo já tendo passado por ela antes? Quantas vezes você acreditou em alguma coisa que sabia que não podia acreditar? Quantas vezes nos deixamos de lado por coisas que vão fazer o mesmo conosco?

Quantas vezes, em dúvidas, você escolheu aquilo que queria que acontecesse ao invés de escolher o que seria mais provável de acontecer?

Parece que nossas vidas têm seus Sóis, brilhantes ou escuros. Talvez isso nos torne quem somos. Nossas qualidades, defeitos, manias, jeitos, formas de agir, assimilar, pensar e sentir. Só que as vezes nos machucamos pois Sóis escuros que nascem todos os dias são como feridas que doem toda vezes que são tocadas. Se são coisas que nos fazem sofrer, sentir dor, por que não as mudamos? Será que diferente do verdadeiro Sol, podemos muda-los para coisas que não se repetem todos os dias como as oportunidades da vida? Como a chance de conhecer alguém interessante, como a chance de ganhar um beijo, como a chance de ganhar um emprego bom, como a chance de encontrar um bom amigo em um momento de necessidade, como uma chance de realmente pronto para fazer o que se precisa?

Seria isso possível? Será que deixaríamos de ser nós mesmos se mudássemos isso? Será que seria assim tão diferente? Será que seriamos tão diferentes?

Uma coisa eu tenho certeza: acho que sofreríamos menos das nossas dores egoístas. Sorte que, ainda sim, podemos reconhecer cada um dos nossos erros e defeitos e tentar viver com eles da melhor forma que pudermos.

Parece que o mundo dá voltas, mas as vezes paramos no mesmo lugar...

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Um luto por um desconhecido e um pelo mundo...



Hoje senti um vazio tão grande. Soube que um aluno da minha faculdade cometeu suicídio. Eu se quer o conhecia dos corredores. Se conversamos três vezes, foram muitas vezes. Eu não sei nem mesmo dizer se eu poderia esperar isso dele, se ele era uma pessoa feliz, ou com problemas sérios... não posso inferir nada com certeza. O fato é que de alguma forma, a noticia me pesou como uma enorme perda. Me senti vazio, triste e tocado. Parece que por um momento fiquei procurando um motivo para ele ter feito isso e sem explicação eu senti muita, muita tristeza, meus olhos encheram-se de lágrimas e fiquei estático. Não sei, mas sinto como se eu tivesse sentido o que ele sentia. Uma tristeza forte e profunda, que eu mesmo não consegui agüentar. Eu queria saber o que ele sentiu, o que ele sentia, não como uma busca de uma razão para o suicídio, mas para tanta dor. Será que ele estava sentindo toda a tristeza que eu estava vivendo naquele momento?

Pode ser uma completa assimilação desconexa minha, mas será que o mundo que estamos construindo, que construímos, não está doente? Por que as pessoas tem cometido suicídio? Não só o suicídio, mas os assassinatos, estupros, violências injustiças quais quer... por que? Tem algo errado. Nosso mundo está doente, carente, egoísta, fechado, perigoso, morrendo e matando. Parece que as pessoas só esperam as coisas das outras. E quando alguém faz, não é reconhecido, é tratado como otário, tolo, muitas vezes sente que foi em vão. As pessoas têm medo de serem feridas, mas não tem a menor piedade na hora de ferir os outros. Como se pode ter um mundo melhor onde ninguém tem vontade de fazer com que ele fique melhor de verdade?

Esse não é o mundo que eu sonho viver um dia, mas eu ainda acredito que isso pode mudar. Eu acredito nos seres humanos, de alguma forma ainda. Temos tantas coisas boas nesse planeta, cada lugar lindo, seres incríveis com quem dividimos esse chão, essa água, esse ar, e os seres humanos são capazes de coisas inimagináveis como criar, melhorar, amar... por que não acreditar que o mundo pode ser um lugar melhor? Eu prefiro acreditar nisso do que pensar que ele vai ficar pior do que já está. Desacreditar em uma saída só te faz desistir antes do que deve. Eu procuro fazer minha parte e nunca deixar de acreditar. Talvez um dia eu possa ver que fiz minha parte para uma outra geração viver em um lugar melhor.

Espero de coração que apesar de ter tomado essa decisão, esteja em um lugar melhor como o mundo em que eu acredito. Que Aquele Ser Superior Lá de Cima te receba de braços abertos, cheio de compaixão e carinho para acolher seu coração tão triste. Que de lá você possa fazer mais por quem você ama e os conforte pela dor de não te ter entre eles de corpo presente.

Dedico a você esse post como forma de luto e desejo de paz, à você e à todas as pessoas para esse mundo, um dia, ser melhor...(e que você esteja num lugar tão bonito quanto o da foto do post)

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domingo, 10 de agosto de 2008

Amizade em questão


Até que ponto devemos dar credibilidade a alguém?


Hoje é domingo, 10 de agosto de 2008, são 8:00 horas da manhã e ao invés de estar dormindo – inclusive por ter saído na noite anterior para ver amigos de longa data dos quais eu estava com saudades – como de costume para mais tarde acordar e almoçar com o meu pai ( hoje é dia dos pais ), eu simplesmente perdi o meu sono, mais uma vez.

Esse mês de Julho me aconteceu algo que me abalou profundamente e colocou em prova a minha capacidade de ser algo que para mim é de extrema importância e talvez uma das poucas coisas que eu saiba de fato fazer: ser amigo. Até onde vai uma amizade? O que devemos ou não fazer para sermos realmente amigos das pessoas? E a minha mais nova pergunta: quanta credibilidade devemos dar a cada pessoa para opinar sobre o quanto somos amigos de verdade?

Não houve alguém que pudesse me dizer que não sei ser amigo de verdade apesar de todos os meus defeitos como pessoa pois no final meus sentimentos sempre foram muito sinceros. Defeitos? Tenho meus milhares deles: distraído, esquecido, precipitado, inseguro, covarde, sentimental, irresponsável, desorganizado, brincalhão, ingênuo e mais alguns sendo eles adaptados a cada situação, obviamente, mas os meus sentimentos são únicos, verdadeiros e claros. Não há como negar isso porque não sei fingir que tenho sentimento por alguém a quem não o tenho.

Agora, volto para a questão da credibilidade: quem a merece ter para opinar sobre o assunto? A quem devo-a entregar afinal? À alguém que no primeiro “deslize” de uma relação coloca tudo a perder e se utiliza de mágoa para gerar mais mágoa? Alguém que escolheu a dedo momentos para jogar ao alto sem o menor medo das conseqüências sabendo de cada uma delas? Julgando meus atos com total imparcialidade sem olhar para os dois lados dessa moeda? Sem respeitar a mim como pessoa, como amigo, como pessoa querida, com os meus sentimentos, pelo simples fato de se sentir certa e magoada e questionar que tipo de amigo eu sou com ela?

Quero relatar um episódio: 3 anos atrás, tive uma conversa muito séria com uma pessoa importante da minha vida. Ela estava totalmente magoada com uma situação que no fundo foi um mal-entendido que acabou por recair sobre mim. Lembro-me que ela não se poupou de palavras para demonstrar o quanto triste, decepcionada, magoada ela estava. Fui até mesmo questionado sobre nossa amizade e o jeito com que eu agia me dizendo amigo de verdade, mas ela não usou de mágoa para magoar outra pessoa. Para mim, amigos não fazem isso. Conversamos, nos entendemos, esclarecemos as coisas e hoje eu a chamo como irmã. Temos uma distância enorme entre nós: faculdades, família, relacionamentos, outras amizades, estágios, falta de tempo, mas isso não nos distância em momento nenhum. Sei que no momento em que eu precisar de ajuda, posso contar com ela e sei que ela não pode saber quando eu vou precisar se eu não pedir. Aliás, ela não é muito boa nisso até porque eu disfarço muito algumas de minhas tristezas. Ela é o colo acolhedor de um irmão de verdade. Isso é amizade, na minha opinião.

A onde quero chegar: será que um amigo de verdade iria se usar de dor e mágoa para ferir o outro sem se quer pensar no que o outro vai sentir? Isso é ser amigo? Se for eu não sei ser amigo de ninguém. Agir assim sem o menor discernimento e ferir alguém só porque se está magoado? Esquecer das coisas que fiz de coração para estar do lado, ajudar e ser alguém para dividir tristezas e alegrias? Ignorar os sentimentos tantas vezes demonstrados como verdadeiros? Os momentos tão felizes que passamos juntos? Talvez essa pessoa não mereça credibilidade para julgar o quanto sou amigo de verdade. Já dizia um sábio que todos somos responsáveis pelo que cativamos.

Não é porque uma rosa nos arranha com seus espinhos que devemos arranca-la do nosso jardim.

Não se retribui mágoa com mágoa entre amigos.

Não se deve machucar alguém só porque fomos machucados.

E aqui estou, sem sono, dormindo mal tem quase um mês, sem conseguir estudar direito, triste por dentro, sem saber como lidar com isso tudo, magoado também, sem saber como isso tudo vai ficar, tentando me concentrar nas minhas obrigações pois não posso misturar meus sentimentos com a minha carreira ( apesar da minha dificuldade em fazer essa articulação )... mas e daí? Acho que ela não se importa com isso. Vai dizer que fiz pior com ela e que ela passou por pior minha causa.

Talvez eu deva questionar essa amizade também...

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Nós e a solidão


Nós e a solidão


A solidão se alimenta de desesperança

E nos passos dessa dança

Se perde a seqüência

Dos fatos e das conseqüências.


O fluxo do dia diminui

E as horas custam anos,

E vemos a fraqueza do humano

Que não agüenta tanto devaneio,

E sozinho não sabe à que veio

E assim ele conclui.


Pensamentos todos, atormentam

A mente do dançarino desacompanhado

Que viaja neles em vão.

Qualquer espaço se torna pequeno

Pois muitos são os passos

E não terminam.

De um para outro lado

Aos poucos vai se tomando esse veneno.

E começam os lapsos.


Lapsos de razão

Ou de falta dela

Até você não dar mais vazão

Vomitando palavras ou ações.

Um pé, o outro atropela.


A melodia composta

Por silêncios e sons quais quer

Embala o descompasso do tempo

Liga os pensamentos desconexos

E dá razão aos absurdos...

É do que a solidão gosta,

Na verdade é o que ela quer.

Ela não fala.

Só quer que a siga.


Porque no fundo,

Ela também precisa de alguém

Mas não há no mundo

Quem a faça perceber isso.


Rio, 5/08/08

segunda-feira, 14 de julho de 2008

A mais longa espera

A mais longa espera

Hoje é uma noite fria de inverno

E nesse branco e gelado inferno

Estou sentado na estação,

Olhando pros lados sem expressão.


Já faz tanto tempo que estou aqui

Que não sei mais quem espero...

Se espero ou seu sou esperado

E nem pareço preocupado.


Só sinto o tempo passar

Quando percebo que está mais frio.

Aí me lembro que a madrugada está a avançar.


Tem um telefone quebrado balançando pelo fio.

A neve parece poder alcançar

Meus tornozelos só de olhar.


A luz que ilumina meu banco

Parece a única em alguns metros.

Dá pra ouvir o uivo do vento como um canto.

Dá pra ver a neve cair por um buraco no teto.


A estação parece até abandonada.

Faz tempo que não vi um único trem.

Será que eu esperava o último

Ou teria vindo nele?


Sinto que está, só por mim habitada.

Nem mesmo animais aqui têm.

Algo me diz pra ficar, no meu íntimo,

Mas teria um motivo ele?


Quem será que eu espero?

Será que vem alguém?

Não sinto que vou ter o que quero

E não vai aparecer ninguém.


Mas vou ficar e esperar

Pois não tenho outro lugar

Pra poder ficar, e a pessoa virá...

Não virá?

Virá...

Não é?


Rio, 14/07/08

Egoísmo e indiferença...

É engraçado. Você já reparou como nós seres humanos somos egoístas? Não numa análise simples, mas em uma bem aprofundada e complexa? Podemos começar dizendo que Como já havia escrito Aristóteles em sua Política, o homem é um animal essencialmente político e sociável. Talvez por isso vivamos em sociedade. Será? Acho que pode ser uma mera questão de interesses também. Não é uma visão pessimista, mas uma visão real.

Quantas vezes você já se pegou satisfazendo suas próprias vontades e necessidades ignorando algumas pessoas? Não é absurdo, pense bem. Você já gostou muito de uma coisa que queria ela para você? E por isso ignorou o fato de alguém precisar ou querer tê-la? Você agora deve estar pensando: mas se ela não tem é culpa minha? Eu acho que sim. Não só sua, mas de todos nós, o que torna o egoísmo humano uma arma mais devastadora pois além de usada em massa, é contagiosa. Basta um pensar assim e o outro pode começar a pensar da mesma forma.

Exemplo simples: quantas vezes você já jogou lixo no chão? Quantas vezes fez porque alguém também fez? Quantas vezes justificou “mas eu nunca faço isso, foi uma vez só”?

Estou sentindo na pele o que é ser egoísta: tanto da parte da culpa quanto da parte da vítima dela. Para mim é tão estranho estar no papel de egoísta. Eu confesso que não sinto quando estou sendo, mas pelo que conheço de minha personalidade e do que ouço sobre mim, não sou assim. Eu não gosto, mas tem sido difícil evitar. O egoísmo tem uma conseqüência assustadora, pelo menos para mim: a indiferença. Quando se é egoísta, se é indiferente, em muitos casos. Quando você pensa em você mesmo é difícil fazer uma pausa para pensar nos outros.

A indiferença tem um gosto estranho. Ela começa sem muito sabor, depois passa a ter um gosto doce e termina bem amargo. Você não sente quando ela vem. Em seguida ela fica doce pois você sente bem por não estar se importando com as coisas ao seu redor e estar pensando em você e isso é bom de alguma forma. Depois fica amargo porquê você percebe que não é o centro das coisas e que quando age assim, passa por cima dos outros, até de quem você gosta. O pior não é nem isso, mas sim que no mundo que vivemos, no momento em que estamos, a indiferença de um alimenta a do outro e assim por diante retroalimentando um clico triste.

Eu não cai nesse ciclo, mas sei que me sinto indiferente a muita coisa. Parece que estou egoísta de alguma forma, mas a indiferença é uma certeza agora. Estou indiferente. Minha maior prova disso foi não ter sofrido quando me entreguei a uma verdade. Eu já sabia sobre ela. Fui avisado com antecedência, mas não iria ser por isso que ela não iria doer. Eu não costumo desistir das coisas com facilidade, e essa não foi uma coisa da qual desisti. Mas foi estranho... não doeu. Não doeu por eu já saber? Não seria um bom motivo no meu caso. Eu só assimilei e acabou. Assim...

Foi estranho, confesso. Isso não faz parte de mim. E tem outras coisas acontecendo comigo que também estão me deixando surpreso a forma com que estou reagindo a elas.

Será que estou cedendo e me tornando o que eu não reconheço como parte de mim? Será que sempre fui pretensioso ao pensar que eu dificilmente iria viver sentimentos assim?

Já se sentiu dessa forma? Vivendo indiferente? Egoísta? Querendo aquilo que não te pertence? Querendo se satisfazer acima de tudo? Para mim está sendo assustador toda vez que vejo como estou agindo...

OBS: o mais estranho e olhar pra dentro e ter consciência de que estou assim, estou agindo assim, mas não conseguir agir diferente.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Minha Droga


Minha Droga

Sinto que preciso de mais

Pois já estou sóbrio de novo.

Quero escapar da vida uma vez mais.


Fugir desse mundo ruim,

Onde tudo de bom tem fim.

Onde não me ajusto.


Preciso de mais...

Quero outra dose...

Dessa vez, maior!

Perder os sentidos,

E me embriagar.

Embarcar nessa viagem

E flutuar no ar.


Não ver ninguém.

Não sentir ninguém.

Não ouvir ninguém.


Entrar em êxtase.

Entrar em alfa.

Entrar em um mundo paralelo,

Onde nada é restrito

E o limite perde as formas.


Quando começam os efeitos

Me sinto perdendo o controle,

Viajando de dentro pra fora.

Tudo fica engraçado,

Confortável,

Quente...


Até perder o controle

E não sou mais eu

Quem me controla.

É ela, e ela faz o que quer.


Sinto correr em mim

E me enche de energia

Porquê não consigo parar,

Fico elétrico!


É a melhor coisa na minha vida.

Não quero mais viver sem.

Eu gosto...

Eu quero...

Eu preciso...

Não quero mais viver sem.

É a melhor coisa na minha vida.


Não, não é vício.

É minha diversão.

Meu maior prazer.


Me dá mais?

Muito mais?

Qual a minha droga?

A música!


Rio, 02/07/08


Meu jeito de dizer que amo música!
Eletrônica, pop, hip hop, MPB, rock, dance...
O importante é me fazer bem.

terça-feira, 1 de julho de 2008

Teu Jardim Secreto


Teu jardim secreto

Me permita entrar no seu mundo

E andar nos caminhos do teu eu.

Ver as flores do teu jardim

E caminhar olhando o horizonte sem fim.

Ver o que habita esse lugar tão seu

Que se esconde no teu profundo.


Atrás dessa muralha cinza

Teu reino escondido é reluzente.

O dia claro e o sol quente,

Elfos, animais e fadas

E no rosto sinto a brisa.


E quem acreditaria quem em minha jornada

À uma terra, que se acreditava, despovoada,

Onde o inverno governaria gélido

No entanto, o gelo foi vencido.


Por uma terna e cálida Primavera,

Sinal de esperança nesse solo perdido

Atrás de cinzas-frias-pedras empilhadas.

E agora entendo o porquê de ser secreta...

É intocada, por isso tão bela...

E se defendeu com um muro por um dia

Ter sido ferida.

Só pode ter sido... tenho certeza...


Sorte minha ter tateado, com nuas mãos,

Curioso para dessa parede passar

E olhar por trás de tão firme proteção...


Rio, 26/09/07


Essa é uma das fotos que mais gosto. Representa um lugar muito especial pra mim. Esse é um dos poemas que mais gosto. Dedicado hoje, a alguém que gosto muito...

Desejos, Dons e Maldições


"Tem horas que eu queria poder entrar nos seus pensamentos como entro em uma sala. Queria que seus pensamentos me fossem claros como essa sala, onde eu posso ver tudo o que está a minha volta. Queria poder entender a lógica que alimenta seus pensamentos assim como entenderia como funciona a dinâmica dessa sala. Queria que com um simples tocar do meu olhar eu pudesse ver o sentido de tudo o que se passa em você assim como seria nessa sala.

Queria conhecer seus segredos mais profundos assim como poderia conhecer todo o conteúdo daquela sala, gaveta por gaveta, embaixo de cada tapete, atrás de cada armário. Saber quais são as coisas mais importantes que existem em você assim como nessa sala. Queria poder chamar seus pensamentos como eu chamaria essa sala: “meu lugar”."

As vezes exageramos em alguns sentimentos, as vezes somos inseguros, as vezes temos certeza do que sentimos, as vezes não sabemos o que podemos fazer para ter o que desejamos profundamente. As vezes ficar perto de mais atrapalha e nos afastarmos se torna necessário, pois a saudade pode renovar aquilo que pode ter se tornado imperceptível apesar de importante. As vezes dizemos de mais que gostamos de alguma coisa, tanto que ela perde o valor. As vezes estamos em uma procura sem fim de algo que não existe.

Por que estamos então nessa procura? Porque procuramos algo que queremos do fundo de nossos corações e de nossas crenças mais poderosas.

Por que ela é sem fim? Porque nunca sabemos de fato quando ela vai acabar.

Por que pode ser algo que não existe? Porque nem sempre nossas vontades mais fortes podem ser trazidas para a realidade.

E mesmo assim vamos acreditando cada vez mais e mesmo que algumas coisas aconteçam, não desistimos. Vai ser algo que nos trará tanta felicidade, tanto conforto, paz, atenção, carinho, satisfação que não pode ser que seja uma mera ilusão. Quem poderia acreditar em algo assim? Somos seres humanos, não é? Somos capazes de maravilhas, podemos conseguir. E talvez ai esteja o poder dessa espécie, que usa seus dons de formas tão diversas e por vezes distorcidas que acabam causando a dor nos outros para ter o que quer, em benefício de um. "Todo dom é uma maldição.". O dom de criar e perseverar se equilibra com a maldição da ambição e egocentrismo.

É, parece que precisamos ter cuidado quando queremos de mais alguma coisa. Temos de ser equilibrados para sabermos muito bem o que fazemos e procuramos. Nosso maior desejo pode se tornar o nosso maior pesadelo. Podemos acabar machucando alguém em nosso caminho. Podemos nos machucar por nossa própria culpa.

Quer dizer que temos que parar de querer as coisas? Parar de lutar pelo que acreditamos? Não! Acho que a questão aqui é lembrar que “todo dom é uma maldição”. Saiba dosar o seu poder perseverança, seu poder criativo para que eles não se tornem a ambição e o egocentrismo que mata os homens, os animais, as plantas e o planeta... e que pode matar e afastar de seus próprios sonhos...

...Porque não vamos deixar de acreditar, nem de sonhar e nem gostar do que (de quem) gostamos . Nem eu...

domingo, 1 de junho de 2008

Tempestade e Calmaria...



Você já sentiu que em certos momentos não tem ação, atitude ou mesmo uma vaga idéia do que você pode fazer? Uma sensação estranha de impotência te toma o controle e bloqueia suas saídas e suas capacidades de pensar em como fugir. Você percebe que nem está mais se mexendo. Você está fixo, rígido, estático. Quando se da conta, já aconteceu: você não pode fazer nada.

Isso pode acontecer em qualquer momento, em qualquer situação. Pode estar valendo a sua vida ou algo menos valioso, mas quando acontece só se pode esperar que não aconteça o pior e tentar de alguma forma agir. Muitas vezes o agir ajuda, outras não. Existem casos que não são o fim de tudo. Outros não.

É uma sensação estranha de estar amarrado e vendo diante de você aquilo que você mais deseja e o voz some. Não adianta você se debater, gritar porquê não há voz, cortar a corda porquê você não tem forças, nem pensar porquê seu objetivo está na sua frente te tomando toda a atenção... As vezes até dói. Cansa o coração e a mente, mas que outro jeito tem.

Acho que a única saída é a calma. Esperar passar o desespero e pensar de novo. Elaborar um raciocínio na tranqüilidade da serenidade. Muitas vezes erramos porquê nos atiramos em cima de algo que não está pronto para nos receber. Como não queremos cair se nos jogamos em direção a algo que não quer, ou não está pronto, ou não nos viu, ou não nos deseja?

Não se deixe tomar pelo desespero, seja tranqüilo, pense sempre bem no que faz – suas atitudes influenciam na vida dos outros – procure uma abrigo na chuva e lá elabore seu plano para quando ela acabar. Faça o que você puder fazer, e não aquilo que nunca vai poder fazer, pois pode ser um sacrifício em vão por algo que não está pronto para recebe-lo. Seja forte e acredite em suas crenças e sonhos.

Forte é aquele que luta e sofre até o final para saber o que vai acontecer e não aquele que abandona uma luta sem saber qual foi o fim.

sábado, 31 de maio de 2008

Minha última esperança...


Queria poder acreditar na última coisa que sinto que poderia confiar, mas não sei se devo. Estou sem esperanças. Esse meu coração confuso fica girando em torno de si mesmo e parece que quem está girando é o mundo.

Sabe quando você olha para frente e vê alguém como uma pessoa especial. Parece que é a única pessoa que pode chegar mais perto de você e é alguém de quem você não tem medo. Alguém destemido para entrar no seu mundo e se aventurar a descobrir nele aquilo que te falta. Parece incrível que exista alguém assim. Além disso é dela que você ouve coisas incríveis sobre você mesmo que ninguém diz. Se ela não for a única pessoa que sente, é a única que fala.

Parece que não tenho mais nada pra perder e apostar nesse sentimento é uma forma de me manter firme no que acredito. É de onde tiro minhas forças para me manter firme em tudo o que desejo, procuro e acredito. Tenho certeza de que essa pessoa sabe qual a sua importância. Só espero não sobrecarrega-la com tantas palavras e sentimentos. Nem sempre é bom ser um mar de sentimentos profundos, difusos e confusos. Meu caminhar sobre meu mar de sentimentos é solitária e não peço que ninguém venha a andar comigo sobre esses oceanos traiçoeiros. Mas tenho esperança que alguém um dia vai confiar em mim para andar junto comigo sobre ele e quem sabe até sob ele, assim como me aventuro a entrar no mundo das pessoas e ver a vida com seus olhos. Vivo viajando no coração das outras pessoas e assim procuro saber o que elas procuram como conforto. Não quero que alguém faça por mim o que faço pelos outros, só quero saber que tem alguém que não tem medo de andar comigo...

Você é importante de mais pra mim. Só espero não estragar tudo... e ter sorte para que isso não se dissipe como tudo que veio antes...

5 dias em 1...


É, parece que mais uma vez tudo se configura em uma nova Gestalt. Parece que a Escola de Berlin tinha razão quanto a condição eterna do homem de ver as coisas que o rodeiam da forma mais simples possível mas com a dinâmica dos acontecimentos e das percepções feitas pelos insight’s (captações de funcionamento de algum tipo de problemática, uma espécie de lógica que resolve o problema) o campo se reconfigura novamente gerando um caos que espera nossa reorganização lógica.

Parece complicado não é? Talvez não. Estamos sempre procurando nos acostumar com as coisas que vivemos: fatos, pessoas, coisas, relações, esperanças, sonhos... e em algum momento as coisas se transformam sem nem mesmo nos permitir a assimilação do que aconteceu. Sem pedir licença, sem pedir “por favor”, sem nem mesmo nos mostrar que está vindo, as mudanças nos atacam e fazem ter que ver tudo de uma forma diferente.

As vezes dói, as vezes confunde, as vezes nos deixa sem reação, as vezes nos faz precipitar mas no fundo elas são necessárias. Até onde elas são necessárias? Certas coisas doem tanto. Nós as colocamos em um lugar e aprendemos a viver com ela dessa forma e em um momento ela desaparece e de repente, as coisas voltam e bagunçam tudo e nos causam novas angústias, tristezas, choros, raivas, remorsos... Para que afinal? Para doer mais? Será que as dores que sentimos pela primeira vez não bastam?

Então, tudo acontece de uma só vez e seu mundo cai sobre sua cabeça. Pior do que um coração partido é ter que com ele resolver coisas que só a razão pode resolver. Nessa sexta-feira pude perceber como uma semana pode ser o tempo necessário para você se sentir só, perdido, sem saber para onde ir, sem saber com quem falar e nem mesmo como falar. Me veio na cabeça a típica cena de alguém na chuva, num dia frio, numa rua de um centro de cidade, chorando, sozinho, encostado em um poste de luz no meio da rua escura. Irônico pois...

É difícil ser alguém firme em suas crenças e convicções diante de certas situações, e agora me pergunto: será que devemos mudar só pelo que os outros nos pedem para ser?

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Canção de um anjo apaixonado


Canção de um anjo apaixonado


Ouça, meu Deus, a canção que fiz

Pois não sei rezar mas sei cantar.

Ouça pois achei o que sempre quis

E só de pensar nisso me falta o ar.


É a razão dessa música,

Que não será a última

Mas a primeira de uma vida...

Uma nova vida, um caminho só de ida.


Não tenho mais medo dessa estrada

Em que ando nessa noite calada.

Cada passo meu é de certeza

Mesmo sem a clareza da razão.


Ouça aquele coração,

Dê asas a seus sonhos

E assim buscará seu destino,

E quem sabe ele será meu.

Ouça minha canção,

Realize aqueles sonhos

E assim achará seu lugar,

E quem sabe terei aquele amor.


Meu sentimento é puro

E por isso só desejo o bem.

Proteja seu caminhar também

Suas decisões, e que não aja lamento.

Que ele possa ouvir meu sussurro

Para levantar forte se cair

E que ele saiba que canto por ele,

Pois este anjo não sabe rezar.


Ouça aquele coração,

Dê asas a seus sonhos

E assim buscará seu destino,

E quem sabe ele será meu.

Ouça minha canção,

Realize aqueles sonhos

E assim achará seu lugar,

E quem sabe terei aquele amor.


Rio, 29/01/08

terça-feira, 20 de maio de 2008

Devemos ser o que somos?


Hoje durante o início da noite recebi uma mensagem curiosa no msn. Era uma amiga minha dizendo que tava precisando de um psicólogo. No início eu achei que viria nessa conversa um assunto engraçado, mas eu estava enganado. Ela estava tão triste, tão triste que meu coração doeu por ela. Ela não me contou de cara o que era porquê tinha alguém perto do computador onde ela conversava comigo. Só de ver que ela desanimava por não ter como poder me contar a história e estava ficando mais triste ainda, tomei uma decisão: Resolvi ir até a casa dela. Eram 19:30hs e mesmo assim eu queria ir. Não ia conseguir deixar ela naquela situação. Me partiu o coração. Ela relutou, mas no final cedeu.

Fui até a casa dela que fica quase 1h de viagem, conversamos, ela me contou a história toda e no final só vi alívio no olhar triste da minha amiga. Como ela tava melhor, mesmo ainda triste. Parece que uma pedra saiu das costas dela. Quando fui embora deu um abraço bem forte nela e senti seus soluços discretos no meu ombro. Depois saímos rindo e vi o sorriso no seu rosto. Nada me daria mais felicidade do que saber que fiz alguém se sentir melhor.

Entrei no metrô para o caminho de volta até minha casa e comecei a pensar: a questão dela é parecida com a minha. Muitas vezes me sinto um tolo por acreditar tanto em certas coisas. Ela cometeu esse mesmo erro e acreditou em uma coisa que não retribuiu o gasto de energia psíquica. Passei por isso várias vezes e sei que ela também passou por alguns casos assim.

Durante a conversa lembro-me de ter dito para ela aquilo que tenho como filosofia de vida: seja sempre o que você sente que é e aceite as conseqüências disso. Não importa o que você seja, se pratica coisas boas, não tem o que temer. Agir com o coração de forma a procurar sempre fazer o bem é procurar ser feliz. Se o mundo e as pessoas nele não entendem e por isso te machucam, você não deve mudar. Não se deve renegar aquilo que se entende como parte de nós. Existe alguém (ns) no mundo que pode (m) entender e apreciar. Torne-se mais alerta e mais preparado para um novo tombo na estrada, mas não mude seu jeito de caminhar.

A graciosidade do caminhar não deve mudar por causa de uma queda, pois é depois da queda que ela precisa se manter firme.

OBS: Esse post está grande mas não terminado. Vou fazer uma segunda postagem com a parte em que me fiz questionamentos muito interessantes e pertinentes. Vou trabalhar sobre eles e escrever essa segunda parte.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Pontos de vista...


Será que as vezes somos tão egoístas que não vemos o óbvio? Será que esquecemos de pensar o que as pessoas sentem quando falamos, agimos, pensamos? Será que alguém que está sempre pensando nos outros consegue por algum motivo esquecer de se colocar no lugar de uma pessoa?

É... o amor não é minha área. Não o amor entre dois seres humanos com fins de companheirismo e relações interpessoais intimas. Sinto que quando o assunto é esse só penso em mim e esqueço de pensar que tem mais alguém nessa relação e fico exigindo ser tratado, “gostado”, correspondido da forma que eu gostaria. Pressiono até ouvir palavras duras, ter discussões ruins, desgastar uma conversa e perder um momento que pode ser ótimo. Esqueço de que preciso conquistar aquilo que quero que seja meu.

Já aprendi a confiar em tudo o que sou e acreditar que isso é valorizado por muitos. Tenho só que treinar o meu jeito ansioso e inseguro. Não tenho porquê ainda ser assim. Por ter certeza de tudo que sou hoje posso melhorar esse meu lado.

É engraçado como as coisas estão ligadas em nós... parece que crescer é seguir uma cadeia de etapas, quase como subir uma escada, onde cada degrau é base para um nível maior e não pode ser deixado para trás pois cada um deles juntos mostram a sua posição. Acho que o difícil é saber quais são cada um dos degraus e como pisar neles, se não, seria fácil subir essa escada. Erik H. Erikson faz tanto sentido agora... (rs)

Erik H. Erikson – Teórico da Psicologia que estudou o desenvolvimento do ser humano.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Lembranças, pessoas, sentimentos e seus lugares em nós...



"vc fala q tem pessoas maravilhosas ao seu redor e q vc não "dá valor", q fica com aquilo na cabeça... cada coisa, cada pessoa tem o seu valor para cada um de nós. as pessoas não tem q ter a pretenção de serem ou se colocarem no lugar de uma outra pessoa na vida de alguém. vc precisa ser vc e conquistar o seu espaço através do q vc é. os sentimentos não são iguais e não podem ser medidos... não quero q meça nem compare nada. vc nunca vai deixar de achar aquilo especial, tenho certeza q quem gostar de vc de verdade vai entender e respeitar isso. e vc vai perdeber finalmente q as coisas não deixam de ser importantes para nós, só mudam de lugar em nossos corações. nesse dia vc vai colocar alguém diferente no lugar onde hj está alguém q não corresponde mais aos fatos e q talvez nem seja a mesma pessoa de antes. se vai voltar ou não, isso não lhe cabe ainda. mas se perceber q não será, vai poder colocar essa lembrança em outro lugar e colocar outra pessoa nesse lugar especial."


Essa foi parte de uma conversa que tive com uma pessoa muito importante para mim. Escrevi isso e achei que seria interessante colocar aqui. Essa é minha visão depois de algumas experiências. Pode até ser que esta não seja uma visão certa mas sinto que comigo funcione assim. Aprendi a guardar aquilo que para mim não deixou de ser especial mas em lugares diferentes. Ficam guardadas como lembranças boas e não como momentos presentes. Pode ser uma espécie de transformar fantasmas em espíritos de luz.

Espero ter ajudado essa pessoa. Ela sabe que estarei com ela não importa o que aconteça.

A vida nem sempre nos dá o que pedidos ou desejamos, pois talvez ela nos dê aquilo que realmente precisamos.

FEEDBACK: Acho que essa última frase serve para mim tendo em vista o post "A primeira confissão...".

quarta-feira, 14 de maio de 2008

A primeira confissão...



O não-destino de um coração sem amor

“Sem destino sigo no meu caminho, perdido.”

Não há solução para um problema assim

Pois não se trata de um coração ferido.

É a história de um desencontro sem fim...


De um coração que vaga no universo

Em busca de algo que não lhe é de direito.

E quem sabe, na tristeza de um verso

Eu possa fazer seu lamento e seu leito.


Um coração que só queria saber o que é o amor,

Ansioso para experimentar essa euforia

Sem saber que seu destino não é o que gostaria

E sim cuidar de seus iguais para ajudar na dor.


Quão triste ficou o coração que percebeu

Que sua missão é cuidar do amor

Reparar, nutrir, reconstruir o amor que há no mundo

Sem que ele tenha algum para chamar de seu...

E em sua vida, essa seja sua única dor...


Rio, 14/05/08



Estava em casa, pela manhã, e ouvia algumas de minhas músicas. Músicas românticas, baladas, que me lembram sentimentos bons e me fazem entrar em contato com o meu "eu" mais escondido... Talvez aquele que só quem me conheceu de verdade conheça. Perdido no meu "eu mais profundo", lembrei de uma conversa que tive com um amigo na noite anterior. Na conversa ele me disse que sou uma pessoa muito otimista e que sempre estou preocupado com ele. De fato, o bem estar dele e de muitos como ele é uma prioridade na minha vida pois isso me faz feliz de verdade. Posso arriscar dizer que uma das coisas que mais me dá alegria.


Depois de pensar nisso procurei alguma outra forma de amor e mim. É, eu não achei. Eu nunca aprendi a amar e até hoje sinto que não sei. Posso apostar que alguém que estiver lendo vai dizer "mas ninguém aprende a amar". Será? Será que não existe uma regra básica sobre o que é ser uma pessoa amada? Às vezes parece que sim. A procura de uma pessoa que se aproxime do que você deseja, sonha, ou nem imagina como seja é árdua e muitas vezes sem o menor sentido.

Quantas vezes você já se pegou pensando se você tem tudo para ser amado? Já se pegou pensando que não se lembra de qualidades que lhe pertencem quando o assunto é relacionamento? Que você erra mais do que acerta?
As vezes é difícil se manter firme sobre o que pensamos sobre nós mesmos, não é?

Nesse momento me perguntei: será que eu vou ter isso um dia?