A mais longa espera
Hoje é uma noite fria de inverno
E nesse branco e gelado inferno
Estou sentado na estação,
Olhando pros lados sem expressão.
Já faz tanto tempo que estou aqui
Que não sei mais quem espero...
Se espero ou seu sou esperado
E nem pareço preocupado.
Só sinto o tempo passar
Quando percebo que está mais frio.
Aí me lembro que a madrugada está a avançar.
Tem um telefone quebrado balançando pelo fio.
A neve parece poder alcançar
Meus tornozelos só de olhar.
A luz que ilumina meu banco
Parece a única em alguns metros.
Dá pra ouvir o uivo do vento como um canto.
Dá pra ver a neve cair por um buraco no teto.
A estação parece até abandonada.
Faz tempo que não vi um único trem.
Será que eu esperava o último
Ou teria vindo nele?
Sinto que está, só por mim habitada.
Nem mesmo animais aqui têm.
Algo me diz pra ficar, no meu íntimo,
Mas teria um motivo ele?
Quem será que eu espero?
Será que vem alguém?
Não sinto que vou ter o que quero
E não vai aparecer ninguém.
Mas vou ficar e esperar
Pois não tenho outro lugar
Pra poder ficar, e a pessoa virá...
Não virá?
Virá...
Não é?
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