terça-feira, 5 de agosto de 2008

Nós e a solidão


Nós e a solidão


A solidão se alimenta de desesperança

E nos passos dessa dança

Se perde a seqüência

Dos fatos e das conseqüências.


O fluxo do dia diminui

E as horas custam anos,

E vemos a fraqueza do humano

Que não agüenta tanto devaneio,

E sozinho não sabe à que veio

E assim ele conclui.


Pensamentos todos, atormentam

A mente do dançarino desacompanhado

Que viaja neles em vão.

Qualquer espaço se torna pequeno

Pois muitos são os passos

E não terminam.

De um para outro lado

Aos poucos vai se tomando esse veneno.

E começam os lapsos.


Lapsos de razão

Ou de falta dela

Até você não dar mais vazão

Vomitando palavras ou ações.

Um pé, o outro atropela.


A melodia composta

Por silêncios e sons quais quer

Embala o descompasso do tempo

Liga os pensamentos desconexos

E dá razão aos absurdos...

É do que a solidão gosta,

Na verdade é o que ela quer.

Ela não fala.

Só quer que a siga.


Porque no fundo,

Ela também precisa de alguém

Mas não há no mundo

Quem a faça perceber isso.


Rio, 5/08/08

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