Nós e a solidão
A solidão se alimenta de desesperança
E nos passos dessa dança
Se perde a seqüência
Dos fatos e das conseqüências.
O fluxo do dia diminui
E as horas custam anos,
E vemos a fraqueza do humano
Que não agüenta tanto devaneio,
E sozinho não sabe à que veio
E assim ele conclui.
Pensamentos todos, atormentam
A mente do dançarino desacompanhado
Que viaja neles em vão.
Qualquer espaço se torna pequeno
Pois muitos são os passos
E não terminam.
De um para outro lado
Aos poucos vai se tomando esse veneno.
E começam os lapsos.
Lapsos de razão
Ou de falta dela
Até você não dar mais vazão
Vomitando palavras ou ações.
Um pé, o outro atropela.
A melodia composta
Por silêncios e sons quais quer
Embala o descompasso do tempo
Liga os pensamentos desconexos
E dá razão aos absurdos...
É do que a solidão gosta,
Na verdade é o que ela quer.
Ela não fala.
Só quer que a siga.
Porque no fundo,
Ela também precisa de alguém
Mas não há no mundo
Quem a faça perceber isso.
Rio, 5/08/08
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