segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Incompetência, incompreensão e silêncio


E começamos bem o ano...

Sabe quando você está de saco cheio de seguir regras, fazer o que tem q fazer, o que deve fazer, fazer pelos outros, não frustrar expectativas dos outros? Quando você se sente oprimido por tudo e todos e só quer um momento para respirar e mergulhar de novo nessa vida de pressão? Como é difícil achar alguém que te entenda e acalme, não é? A gente se encerra no próprio silêncio em busca de algo que não se sabe o que é. Solução? Neutralidade? Distância? Mas você silencia. Incomoda sim e bastante, mas ninguém te entende. Falar não parece ser uma boa opção. As pessoas passam a ser aquilo com que você não quer ter contato. Não naquele momento.

Será que existe uma situação tão ruim quanto se sentir incompreendido? Se imagine em um lugar distante de tudo. Andar sozinho por um caminho nada familiar. Que tal uma festa com a música alta onde é difícil de falar e ser ouvido porque a música está alta e todos querem só dançar e beber? Ou talvez um barzinho onde todos conversam fervorosamente, sorriem, brincam, se divertem e você participa de tudo sorrindo mas sem falar nada. Você não sabe falar o idioma deles...

O mundo sempre te pede e você corre atrás para dar. O mundo precisa girar e você não pode nadar contra a corrente ou ela atropela. Será que sempre conseguimos dar o que nos pedem? Será que temos a capacidade de fazer tudo sempre? Será que temos o direito de falhar as vezes? Talvez não, pois a máquina capitalista gira sempre e o mundo não pode parar para consertar um coração partido, nem esperar que ele se recupere. Nunca a Seleção Natural de Darwin fez tanto sentido, não é? É como se esquecêssemos que somos humanos e a humanidade engloba a falha como algo necessário e útil, pois aprendemos por Contingências – afinal o Behaviorismo faz sentido e tem utilidade.

Você já se sentiu como se tivesse que dar o dobro do seu melhor em tudo o que faz para ser como qualquer outra pessoa? Já precisou fazer isso algum dia? Se sentiu determidado no início? Se cansou em algum momento? Alguma vez não conseguiu o que buscava? Como foi? A estafa domina a mente e transmite ao corpo uma falta de força. Até pensar fica desgastante. Por algum tempo, aquela idéia de incapacidade te consome, porém ela passa. “Bola pra frente”... “Acontece”... e tudo começa novamente, certo? E se você sentisse que você precisa se doar em dobro em quase tudo? Como seria? E se não alcançasse seus objetivos, mesmo dessa forma? O quanto você agüenta as frustrações? Não se esqueça, o mundo sempre está pedindo coisas a você...

É cansativo. É maçante. É frustrante. É estressante. É triste. É pior ainda quando não tem alguém que entenda, pode acreditar. Se isolar parece uma boa saída, afinal você sabe o que se passa. Você procura em si uma resposta para pensamentos tão tristes. Isso resolve. Por algum tempo. Não para sempre. Quando não mais funciona, você só quer sumir. Sente raiva, perde a paciência e a vontade de agir. As vezes se sente um inútil, afinal, o que você sabe fazer bem? Será que é possível lembrar disso nessa hora? Será que o mundo ajuda?

Acho que é nessa hora que você se sente desajustado. Pensando onde é que você se encaixa, onde é seu lugar, o que você sabe fazer, onde isso é útil... você reza para que a ciência e a fé estejam equivocadas e realidade seja algo surpreendente, novo e diferente delas. Que exista algo que não se explique mas resolva o que não tem solução. Até lá, se sofre calado.

Malditas expectativas! Maldita incompreensão! Maldita incompetência! Maldita forma diferente de ser!

Compreendeu? Não? Tudo bem, não se preocupe. Não me surpreende. É sempre assim...

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