segunda-feira, 14 de julho de 2008

Egoísmo e indiferença...

É engraçado. Você já reparou como nós seres humanos somos egoístas? Não numa análise simples, mas em uma bem aprofundada e complexa? Podemos começar dizendo que Como já havia escrito Aristóteles em sua Política, o homem é um animal essencialmente político e sociável. Talvez por isso vivamos em sociedade. Será? Acho que pode ser uma mera questão de interesses também. Não é uma visão pessimista, mas uma visão real.

Quantas vezes você já se pegou satisfazendo suas próprias vontades e necessidades ignorando algumas pessoas? Não é absurdo, pense bem. Você já gostou muito de uma coisa que queria ela para você? E por isso ignorou o fato de alguém precisar ou querer tê-la? Você agora deve estar pensando: mas se ela não tem é culpa minha? Eu acho que sim. Não só sua, mas de todos nós, o que torna o egoísmo humano uma arma mais devastadora pois além de usada em massa, é contagiosa. Basta um pensar assim e o outro pode começar a pensar da mesma forma.

Exemplo simples: quantas vezes você já jogou lixo no chão? Quantas vezes fez porque alguém também fez? Quantas vezes justificou “mas eu nunca faço isso, foi uma vez só”?

Estou sentindo na pele o que é ser egoísta: tanto da parte da culpa quanto da parte da vítima dela. Para mim é tão estranho estar no papel de egoísta. Eu confesso que não sinto quando estou sendo, mas pelo que conheço de minha personalidade e do que ouço sobre mim, não sou assim. Eu não gosto, mas tem sido difícil evitar. O egoísmo tem uma conseqüência assustadora, pelo menos para mim: a indiferença. Quando se é egoísta, se é indiferente, em muitos casos. Quando você pensa em você mesmo é difícil fazer uma pausa para pensar nos outros.

A indiferença tem um gosto estranho. Ela começa sem muito sabor, depois passa a ter um gosto doce e termina bem amargo. Você não sente quando ela vem. Em seguida ela fica doce pois você sente bem por não estar se importando com as coisas ao seu redor e estar pensando em você e isso é bom de alguma forma. Depois fica amargo porquê você percebe que não é o centro das coisas e que quando age assim, passa por cima dos outros, até de quem você gosta. O pior não é nem isso, mas sim que no mundo que vivemos, no momento em que estamos, a indiferença de um alimenta a do outro e assim por diante retroalimentando um clico triste.

Eu não cai nesse ciclo, mas sei que me sinto indiferente a muita coisa. Parece que estou egoísta de alguma forma, mas a indiferença é uma certeza agora. Estou indiferente. Minha maior prova disso foi não ter sofrido quando me entreguei a uma verdade. Eu já sabia sobre ela. Fui avisado com antecedência, mas não iria ser por isso que ela não iria doer. Eu não costumo desistir das coisas com facilidade, e essa não foi uma coisa da qual desisti. Mas foi estranho... não doeu. Não doeu por eu já saber? Não seria um bom motivo no meu caso. Eu só assimilei e acabou. Assim...

Foi estranho, confesso. Isso não faz parte de mim. E tem outras coisas acontecendo comigo que também estão me deixando surpreso a forma com que estou reagindo a elas.

Será que estou cedendo e me tornando o que eu não reconheço como parte de mim? Será que sempre fui pretensioso ao pensar que eu dificilmente iria viver sentimentos assim?

Já se sentiu dessa forma? Vivendo indiferente? Egoísta? Querendo aquilo que não te pertence? Querendo se satisfazer acima de tudo? Para mim está sendo assustador toda vez que vejo como estou agindo...

OBS: o mais estranho e olhar pra dentro e ter consciência de que estou assim, estou agindo assim, mas não conseguir agir diferente.

2 comentários:

Anônimo disse...

=S

Anônimo disse...

te entendo querido...e confesso que a indiferença é mesmo tentadora...