
Eclipse Lunar
Foi num eclipse em que te conheci.
Foi quando a luz brilhante da lua cedeu
Que tu aparecestes e como brasa eu ardi.
Sua entrega e mistério eram inebriantes
Como o perfume da rosa mais rosa,
Aroma intenso jamais sentido antes.
Olhares atentos, perdidos no tempo.
Distantes do mundo, próximos um do outro.
Olhares sedentos de um desejo: o encontro.
O encontro das duas forças que nos tornamos
Quando nos olhamos, nos tocamos...
E que não podiam mais esperar até que pudéssemos beijar.
Olhares que diziam tudo e pediam o mundo
Pediam o encontro desses seres
E que em um beijo se concretizou
E não mais somente os olhos se beijavam
Mas também os lábios, que dançavam,
Numa valsa sem música, em perfeita sincronia.
As horas passavam como segundos
Ligeiras e implacáveis, insensíveis
Diante de momentos tão profundos.
A lua saiu da sombra da Terra,
Voltou a refletir o sol,
Voltou a ser brilhante como era.
Iluminou toda a rua
Varreu cada parte escura
E tu sumiras diante da luz da Lua.
Temeroso, me coloquei a rezar,
Pedindo para não ter de esperar
Mais um eclipse lunar
Para poder te encontrar.
Rio, 11/09/2011 - 2:20 AM